Quando usada como substantivo masculino, a palavra “língua” designava, no período colonial, a pessoa que conhecia o idioma dos indígenas e mediava o contato entre os conquistadores portugueses e os nativos brasileiros. Partindo disso, o baiano Eromar Bomfim narra, neste que é seu terceiro romance, a história do mameluco Leonel, fruto de uma relação entre a índia anaió Ialna e o padre fazendeiro Antônio Pereira. Após levar uma vida nômade e aprender a língua portuguesa, o protagonista é cooptado como intérprete e acaba guerreando contra seu próprio povo.