Em O itinerário do curativo, o poeta Nicolas Behr propõe cuidar da obsessĂŁo, da paranoia, dos fantasmas, da ausĂŞncia do pai, usando a palavra — dialogando com certa tĂ©cnica psicanalĂtica para, talvez, diminuir a dor. Se a palavra aqui obterá o estatuto de poema, por vezes, pouco interessa. O livro tambĂ©m traz questionamentos do que se pode considerar poĂ©tico: “nem toda tentativa/ Ă© poema”. Com quase meio sĂ©culo de poesia, Nicolas permanece fazendo do humor seu mĂ©todo de assimilação da cultura, meio de encontro com as pessoas e recriação da linguagem.