Em O guardiĆ£o de nomes, personagens e narrativas estĆ£o intrincados em uma elaborada trama, que tem o ato de nomear como o centro dos acontecimentos. O barĆ£o Ćlvares CorrĆŖa estĆ” exultante por descobrir que a esposa aguarda um sĆ©timo filho, e avalia o melhor nome para a crianƧa, certo de que se trata da Ćŗltima gestação. Senhor de vasta propriedade, faz questĆ£o de dar nome a tudo que germina em suas terras: batiza os potros e bezerros, os filhos dos empregados, rearranja os sobrenomes das famĆlias que se mudam para a regiĆ£o. Com os seis primeiros filhos, nĆ£o foi diferente. O nome do sĆ©timo filho Ć© a assinatura em sua obra: estĆ” decidido a acertar na escolha da palavra e na criação do menino. A esposa, contudo, tem outros planos. Por conta de um sonho profĆ©tico, defende que a crianƧa se chame AntĆ“nio, que Ć© o mesmo nome de um antigo pretendente, com quem quase se casou. MĆŖs após mĆŖs, a gravidez serĆ” marcada pela disputa do casal em torno do nome, ele empilhando argumentos, ela resistindo.