É um bom ano para o escritor nascido em Belo Horizonte: além de ter sido eleito para ocupar a Cadeira 5 da Academia Mineira de Letras, seu primeiro livro de crônicas ganhou reedição. Nos 54 textos de O espalhador de passarinhos, publicado originalmente em 2010, Werneck cria um conjunto permeado por personagens reais: sua própria família, amigos e colegas de profissão e figuras célebres com quem teve contato. No texto de introdução à nova edição, ele anota que as narrativas precisaram passar por alguns reparos, em um exercício que Otto Lara Resende chamava de “despiorar” o texto. “Algumas crônicas pediam para cair fora, no mínimo por se haverem tornado anacrônicas, enquanto outras se fundiam de maneira natural — ao mesmo tempo em que para as sobreviventes se buscava um ordenamento capaz de proporcionar ao eventual leitor uma viagem menos pedregosa, facilitada também por um visual convidativo”, explica o autor de O santo sujo (2008) e O desatino da rapaziada (1992), entre outros livros.