Um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, Dalton Trevisan ganhou recentemente duas novas adaptações de suas histórias. Em O ciclista, o artista Odilon Moraes empresta seu traço para ilustrar a história de um jovem que, voando em uma bicicleta, desafia o trânsito da cidade. “Curvado no guidão lá vai ele numa chispa”, relata o narrador. Disparando com sua bicicleta pelo labirinto urbano formado por carros, ônibus e caminhões, o ciclista supera todos os obstáculos. O ciclista apareceu duas vezes no jornal Gazeta do Povo, nos anos 1950, tanto em forma de reportagem quanto em formato ficcional. Já em Chuva, é o premiado Eloar Guazzelli quem faz dobradinha com o contista curitibano. Nesta prosa poética, o fenômeno natural é retratado ao mesmo tempo como cenário, personagem principal e coadjuvante. E como fenômeno social. Na vida de todos — dos que estão dentro de casa ou na rua, no centro ou na periferia —, ela está presente. Sobre ricos e pobres, humanos e animais, vivos e mortos, a chuva se impõe, não fazendo distinção de lugar, pessoa ou classe social.