Nesta coletânea de contos, o curitibano Luís Henrique Pellanda aposta na relação simbiótica entre o homem e as criaturas da natureza, um tema recorrente em sua escrita. O livro abre com o conto A aposta, em que dois meninos desaparecem após apostar quem ficaria em cima de uma árvore por mais tempo. Eles crescem, se casam e têm filhos, mas permanecem na árvore. Com o tempo, diminuem de tamanho e desaparecem, misturando-se à natureza como se nunca tivessem existido. Em A prata e os peixes, um avô reflete sobre a felicidade com seu neto durante uma pescaria. Ele fisga um lambari e encanta-se com sua beleza; o peixe morre, e à noite eles o comem. A passagem leva o menino a refletir sobre a felicidade: para ele, se o avô falasse menos, eles teriam pescado mais e seriam mais felizes. Em um dos menores contos do livro, O patriota na floresta, le-se: “O patriota entra na floresta e faz uma descoberta. Dentro da mata, seu país não existe”.