🔓 Noites insones

“Este romance original oferece tudo o que a insubstituível fotografia de um álbum familiar revela, com a exceção de que, neste caso, as palavras valem mais do que mil imagens”
Noites insones
Elizabeth Hardwick
Trad.: Gisele Eberspächer
Instante
144 págs.
01/05/2025

“Este romance original oferece tudo o que a insubstituível fotografia de um álbum familiar revela, com a exceção de que, neste caso, as palavras valem mais do que mil imagens”, disse o celebrado autor americano Philip Roth sobre Noites insones. Publicado originalmente em 1979, quando Elizabeth Hardwick tinha 63 anos e uma carreira consolidada como ensaísta de prestígio, o romance não é somente considerado sua obra-prima, mas uma das grandes contribuições para a literatura estadunidense dos últimos 50 anos, uma meditação sensível sobre a própria memória, além de precursor da autoficção. Nas lembranças que povoam as noites insones da narradora — uma idosa chamada Elizabeth, internada em uma clínica geriátrica —, figuras reais, como a cantora Billie Holiday, dividem espaço com fictícias, as quais por vezes se misturam à vida de Hardwick, como o personagem sem nome que alude a Robert Lowell, poeta com quem viveu um tumultuado casamento e que morreu de infarto em 1977, no banco traseiro de um táxi, quando estava prestes a se reconciliar com a esposa. O romance inclui vislumbres das corridas de cavalo no Kentucky, dos clubes de jazz de Nova York, do bairro mais elegante de Boston, Beacon Hill, dos canais de Amsterdã, além de encontros com comunistas, poetas e a intelligentsia literária nova-iorquina. Ainda lança luz sobre questões que já afligiam Hardwick na época, como racismo, sexismo e pobreza. Apesar da tristeza incrustada nas memórias, a obra se dá ao luxo de acreditar que no futuro tudo será diferente. Como diria um de seus personagens: “Agora, sim, serei feliz”. Hardwick dedicou o romance à sua filha, Harriet. Conforme relatado pela escritora Sarah Nicole Prickett, “Hardwick começou o romance após se divorciar do marido e o terminou após sua morte em um táxi do aeroporto para o apartamento dela”. Crítica literária e romancista, Elizabeth Hardwick nasceu em Lexington, em 1916, e se graduou na Universidade de Kentucky. Em seguida, entrou no programa de doutoramento da Universidade Columbia e lá permaneceu até 1941, quando decidiu se concentrar na escrita. Colaboradora da Partisan Review, da New Yorker e da Harper’s e cofundadora da New York Review of Books, Hardwick proferiu seminários de escrita na Barnard College e na Escola de Artes da Universidade Columbia, onde foi professora da escritora Sigrid Nunez. Foi casada com Robert Lowell, poeta vencedor do Pulitzer, com quem teve uma filha. Faleceu em Manhattan em 2007, aos 91 anos.

Rascunho

O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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