Doutor em Escrita Criativa pela PUCRS, o gaĂşcho Reginaldo Pujol Filho trabalha com as mais diferentes experimentações estĂ©ticas desde seu livro de estreia, Azar do personagem (2007). Já no livro Quero ser Reginaldo Pujol Filho (2010), o autor escancara a noção de que literatura Ă© intertexto, dialogando — atravĂ©s de emulações e pastiches — com a obra de nomes como Altair Martins, Gonçalo M. Tavares e Rubem Fonseca, entre outros, brincando com a busca por uma voz autoral — questĂŁo cara a todos que se dedicam Ă escrita. Em seu trabalho mais recente, NĂŁo, nĂŁo Ă© bem isso (2019), sĂŁo as várias formas possĂveis de se contar uma histĂłria que ganham destaque. Ele utiliza desde uma narradora criança atĂ© uma página da WikipĂ©dia para elaborar breves universos ficcionais, caminhando entre o humor e a reflexĂŁo. “Sem nenhum exagero, Ă© das melhores coisas que li de literatura brasileira nos Ăşltimos tempos. […] Chega a espantar-me que alguĂ©m possa ter alcançado esse nĂvel de enredo e linguagem”, escreveu SĂ©rgio Sant’Anna (1941-2020) sobre a obra.