Quando começou a escrever a versão de sua autobiografia para jovens, Michelle Obama não tinha muita noção de como seria o formato da coisa toda, mas uma ideia estava fixa em sua mente: “queria ser honesta”, conforme afirmação da autora no prefácio da obra. Ao abarcar toda confusão e glória de sua trajetória, desde uma vergonha inesquecível que passou no jardim de infância até o momento em que apertou a mão da rainha da Inglaterra enquanto primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle deseja tratar o leitor jovem com o respeito que ele merece — isto é, sem minimizar as situações, relatando tudo como realmente foi. Apesar de carregar um dos sobrenomes mais famosos do mundo, ela deixa claro que o glamour da Casa Branca não deve ofuscar os olhos dos leitores, já que as partes mais significativas, afirma, são as pequenas coisas: da lembrança do sorriso do avô ao som que fazia o raspador de gelo no vidro do carro, na companhia do vento cortante do inverno de Chicago.