Nesta história, Paula de Santis escreve sobre a perda da memória, algo que é capaz de nos deixar no escuro, embaralhando e apagando momentos, pessoas, nomes e sonhos que nunca gostaríamos de esquecer. A protagonista é uma mãe que desde pequena desejava formar uma família grande — ao contrário do que tinha acontecido com ela, filha única. Seu sonho virou realidade: ela se casou, nasceram muitos filhos, depois netos, e ela se tornou o centro desse mundo tão desejado, cujo endereço era um casarão enorme que tinha a porta sempre destrancada e a cozinha recheada de potes de doce de fruta em calda. Até o dia em que ela se viu sozinha. Para dialogar com essa história, a ilustradora iraniana Fereshteh Najafi escolheu dar destaque ao amarelo, que, segundo ela, conduz a personagem numa perspectiva positiva, que segue o curso luminoso de sua memória mais primitiva.