Entre o campo de batalha angolano e a pobre cidade cubana de Cienfuegos, entre as margens da antiga Troia e o mundo do século 20, Me chama de Cassandra narra a busca por uma identidade em um ambiente hostil, as batalhas, o preconceito e o drama de uma famÃlia pobre em meio ao colapso dos sonhos utópicos de Cuba. O personagem central da trama, Raul, tem dez anos e é um ávido leitor de literatura clássica. Nasceu biologicamente como homem, mas não se identifica desta forma e sabe que é uma mulher no corpo errado. Além disso, como a mitológica Cassandra, princesa de Troia e sacerdotisa de Apolo, Raul é capaz de prever o futuro, mas não encontra no mundo quem lhe ouça. Sabe sobre a sua morte aos 18 anos na guerra em Angola, ferido pelo ódio, assim como prevê como cada um de seus familiares e companheiros irá morrer. O cubano Marcial Gala recebeu vários prêmios ao longo da carreira, entre eles o Prêmio Alejo Carpentier de romance em 2012 e o Prêmio Ñ em 2018, este último por Me chama de Cassandra.