O Brasil parece viver uma guerra contra o livro. Em uma época sinistra, profissionais do mercado editorial e amantes das letras se juntaram para refletir sobre esse retrocesso vivido no país. “Os poderes mágicos dos livros e da leitura, registrada na tradição literária e na experiência concreta de indivíduos mais ou menos conhecidos, de fato existem”, anota Daniel Louzada no texto de introdução, Um país para os livros. “Há quem os menospreze, é certo, mas longe do horror que Cortázar evoca no seu Fim do mundo do fim, a leitura só amplia perspectivas, sobretudo em épocas sombrias.” Não é que algum dia a trajetória do livro tenha sido fácil em um país marcado pela violência e quase avesso à democracia, mas o que acontece agora beira o apocalíptico. Assim, ainda de acordo com o texto de Louzada, duas perguntas se mostram urgentes: “Seria possível educação e cultura serem ilhas de excelência nesse cenário? Seria possível ainda pensar a questão do livro a longo prazo, projetando algo diferente do que vivemos até aqui?”.