Uma história em quadrinhos que levou 20 anos para ser concluída só pode ser bem elaborada. Em 1991, quando o autor inglês começou a pesquisar a trajetória de Martin Luther King Jr. — figura incontornável quando se pensa nos movimentos pelos direitos civis nos Estados Unidos dos anos 1950 e 60 —, a ideia não era somente reunir todas as principais informações sobre o mais jovem ganhador do Nobel da Paz, mas também chegar a uma linguagem gráfica que pudesse dar conta da complexidade de um personagem único, tão cheio de coragem e sabedoria quanto assombrado por angústias. O resultado é uma HQ que ganhou três Harvey Award, um dos prêmios norte-americanos mais festejados, e arrancou grandes elogios da crítica — para o Library Journal, por exemplo, trata-se de “um marco na história das biografias em quadrinhos”. O The Guardian, por sua vez, anotou: “Ao mesmo tempo impressionante e comovente, King retrata a política vibrante do período e uma figura icônica cujas ambições morais desafiavam não apenas uma sociedade inteira, mas também o próprio homem”.