Os poemas de Intramuros nĂŁo parecem oferecer qualquer tipo de conforto. Os versos — hermĂ©ticos e imagĂ©ticos, repletos de metáforas e construĂdos ora com jargões tĂ©cnicos — exigem decodificação, em uma lĂrica atormentada por animais, vĂcios e agonias. A abertura do conjunto, que mostra uma pessoa se cortando e a desolação que decorre desse ato, dá o tom desesperançado do porvir: “Cola o queixo no peito atĂ© doer o pescoço,/ olha para baixo, o triste fim de todos nĂłs”.