Os versos do poeta carioca radicado em Brasília (DF) não buscam as figuras inatingíveis, mas a complexidade do comezinho e da memória. Dividido em três partes — Água, Terra e Ar —, o livro desperta diferentes sensações, com poemas que parecem alinhados com os elementos do capítulo em que estão inseridos. Como conjunto, fala-se de rotinas, pessoas, memórias, sobrevivência e renovação, sem deixar de lado uma desesperança que parece incontornável no século 21: “Somos o povo/ sem destino e herança/ : surdos, cegos, vergados”.