Em tudo havia beleza Ă© uma reflexĂŁo confessional sobre a perda e uma exploração de um narrador tĂŁo extraordinário quanto completamente ordinário, capaz de transformar seu tormento em algo belo e redentor. No centro da narrativa está um homem de meia idade que tenta se reerguer, mesmo desconfiando o tempo todo da inutilidade de seu esforço. Como ponto de partida, ele retorna a seu lugar de origem — Ă cidade que, antes de ser sua, foi de seus pais, ambos recentemente falecidos. Em meio a seus fantasmas — o divĂłrcio, a distância imposta pelos filhos, a relação de excesso com o álcool —, Manuel Vilas escreve um testemunho de tudo o que uma famĂlia pode oferecer e sonegar: “NĂŁo ser amado nĂŁo dĂłi: na verdade assusta ou aterroriza. Acabamos pensando que se nĂŁo nos amam Ă© porque existe alguma razĂŁo poderosa que justifica que nĂŁo nos amem. Se nĂŁo nos amam, o fracasso Ă© nosso”.