Nos contos de Desequilíbrio estável, a natureza assume papel central para expor a ilusão de equilíbrio criada pela racionalidade humana. É em busca de estabilidade que as personagens vivem em constante desequilíbrio — como o bonsaísta Alberto, que se torna cativo das plantas que cultiva, ou a obcecada Lisa, que, depois de tantas modificações corporais para se sentir desejada pelo marido, torna-se somente um reflexo de si mesma. A partir dessa tensão inexorável, num mundo em que “todos são caças e caçadores”, fica a questão: “Deus quem é e o que pretende com tudo isso?”.