🔓 Depois que o Brasil acabou

O título desta HQ já dá uma pista do que há em suas páginas: de um país tropical, abençoado por Deus, só restaram as cinzas
Depois que o Brasil acabou
João Pinheiro
Veneta
112 págs.
01/04/2022

O título desta HQ já dá uma pista do que há em suas páginas: de um país tropical, abençoado por Deus, só restaram as cinzas. Não é para menos: o Brasil, de alguns anos para cá, anda mais estranho que a ficção. Ou, melhor, tornou-se um prato cheio para a criação de ficção — a que surge das desgraças, como o impeachment da presidente Dilma em 2016 e a desigualdade social que não dá sinais de melhorar. É esse clima que o paulistano João Pinheiro tenta captar. Nos quadrinhos de seu novo trabalho, Mano Brown, Marighella e companhia se juntam para enfrentar Bolsonaro, José Luiz Datena e outros sujeitos afins. Nem mesmo um super-herói da Marvel fica fora dessa porradaria. Em uma das páginas, para se ter uma noção do tom da obra, vê-se o juiz Moro com um chapéu de Tio Sam, aquela cartola norte-americana que prenuncia guerra e destruição, cercado pelo que parece ser uma seita de adoradores — juízes com seus trajes característicos e muita gente com a camiseta da Seleção Brasileira, que costuma ser associada à Direita atualmente.

Rascunho

O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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