Encarar o outro e a si mesmo pode parecer tarefa intuitiva, mas o resultado nem sempre é agradável. Ao deixar que os olhos se demorem sobre objetos, pessoas e situações, a voz deste livro de poemas parece se sujar com o que há de odioso e se deleitar com o que há de beleza ao seu redor: há entrega e a contemplação necessária para que se façam aproximações e pontes possíveis entre o material e o mistério que compõem a realidade. Afinal, “e se fotografar for/ se demorar um pouco mais/ nas coisas?”.