Quando a ignorância parece palavra de ordem, num país bruto e violento, versos que recusam a resignação parecem urgentes. O eu lírico de Barbosa Lagos, apesar de reconhecer, por exemplo, como é “triste saber que/ cada vez mais raro é amar!”, também entende que “é preciso manter a chama acesa”. Seguindo uma tradição antilírica, os poemas passeiam pelos altos e baixos inerentes à vida — ora positivos, ora nem tanto. O que realmente importa, enfim, é não ser o idiota que “espalha por onde passa/ as verdades mais funestas/ sobre tudo e sobre todos”.