Nesta adaptação, os recursos gráficos das histórias em quadrinhos destacam ainda mais a plasticidade do clássico do inglês Lewis Carroll. Alice no país das maravilhas poderia muito bem se chamar Alice no país das coisas estranhas. Pois, quando a personagem principal segue um coelho branco para dentro de sua toca, ela acaba despencando por ali para um mundo subterrâneo que, mais do que maravilhoso, é extremamente bizarro. Habitado pelos seres mais estranhos, improváveis e fantásticos, esse universo ao mesmo tempo confunde e suscita a curiosidade da menina. Tudo o que ela conhecia é subvertido, e lá a lógica parece não ter qualquer valor. O que vale, mesmo, é o nonsense, o absurdo e o estranhamento. Como lhe anuncia o Gato de Cheshire: “Somos todos loucos aqui. Eu sou louco. Você é louca”.