Em Águas-vivas não têm ouvidos, Louise F. é uma surda oralizada, que desde os cinco anos precisa preencher as lacunas provocadas por uma deficiência auditiva, atravessando o que descreve como “ondas movediças do silêncio”. As horas que passou treinando leitura labial, interpretando, deduzindo e reconhecendo sons esparsos fizeram com que ela transitasse no mundo dos ouvintes, mas sem deixar de sentir as dificuldades próprias das pessoas com surdez. Com o tempo, a perda auditiva de Louise progride, e chega um momento em que ela precisa decidir se opta pelo implante coclear ou mergulha de uma vez no silêncio.