Segundo anotação do escritor Lima Trindade, este conjunto de 43 crĂ´nicas representa uma “investigação dos abismos da alma contemporânea”. Nele, a autora baiana se vale de cortes rápidos e do apoio da memĂłria para dar corpo Ă s narrativas, nas quais se evidenciam uma mocidade vivida na segunda metade do sĂ©culo passado. As referĂŞncias, assim, vĂŁo de The Doors a Vinicius de Moraes. AlĂ©m disso, o livro abriga personagens que povoaram a vida de Kátia, como aquele amigo que vivia atrasado e com o qual ela aprendeu que nĂŁo há tempo certo. Dessas lições que a vida lhe ensinou parece se insinuar um olhar moderado sobre as coisas — de ritmos variados, que, ao contrário do que o tĂtulo pode sugerir, nĂŁo pretendem cravar teorias absolutas. Se nĂŁo Ă© aconselhável viver de certezas, porĂ©m, uma postura Ă© incontornável: “Cabeça erguida, sempre”, conforme o conselho que a autora recebia da mĂŁe e, no texto que dá nome Ă obra, compartilha com os leitores.