A condição da mulher e a busca pela harmonia estĂŁo no centro dos poemas da experiente autora goiana, nascida em 1936. “Tem-se aqui uma oferta aos leitores e leitoras de primoroso labor poĂ©tico para que o homem e a mulher recuperem aquele estado primordial de integração e completude sempre almejado”, anotam Enivalda Nunes Freitas e Souza e Fernanda Cristina de Campos no estudo introdutĂłrio da obra. Com uma linguagem “precisa e delicada, que Ă s vezes se oculta em metáforas”, de acordo com a definição de Vera Maria Tietzmann Silva no texto de apresentação, Darcy França se lança nessa busca por um mundo unificado — que, para um sĂ©culo marcado por divergĂŞncias, pode soar quase utĂłpica. Nas estrofes iniciais do poema Ao novo homem, por exemplo, lĂŞ-se: “Eu te pressinto, novo homem:/ já abdicas o trono de pater famĂlias/ e atiras longe o gládio temperado/ para o golpe (pelas costas) na arena.// Eu ouço o timbre de tua voz:/ ela nĂŁo sabe a de comando/ nĂŁo impõe sujeição ao outro/ nem o convoca Ă defensiva”.