O jornalista e escritor mineiro escolheu seu aniversário de 60 anos para estrear no romance. Em sua primeira narrativa de fôlego, um velho e seu cachorro não dão o braço a torcer: a cidade em que moram será inundada por uma hidrelétrica, mas eles resolvem ficar. A partir dessa decisão, e com a iminência da inundação, realidade e fantasia se alternam para dar o tom dessa história — de dicção marcadamente oral — sobre um homem que não quer ceder às investidas governamentais, mesmo quando os demais moradores pegam seus pertences e partem, com a promessa de que outra cidade será construída pelo governo. Após iniciar sua jornada ficcional com os contos de A mulher-gorila e outros demônios (2005), que já apresentava a levada concisa e de cortes rápidos, o autor seguiu praticando o gênero breve. Com seu segundo livro, Eu perguntei pro velho se ele queria morrer (e outras estórias de amor), de 2009, venceu o Prêmio Jabuti e ficou em segundo lugar no Biblioteca Nacional.