Maria José Silveira encerrou a 12ª temporada do projeto Paiol Literário. Com dez romances publicados, a autora nascida em Goiás estabeleceu como projeto literário a história do Brasil contada a partir da visão de mulheres de várias gerações.
É o caso de A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas, que narra a trajetória de mulheres fortes que sobrevivem à exploração desenfreada do pau-brasil, da cana-de-açúcar e do ouro, à dominação e à opressão dos colonizadores e das ditaduras, mas também de seus parceiros, maridos e amantes.
A obra, publicada em 2002, recebeu o Prêmio Revelação da APCA e foi publicada nos Estados Unidos, na França, na Itália e em Taiwan. “Isso me deu a oportunidade de falar da história do Brasil através da participação das mulheres. É sempre uma questão que quero desvendar”, diz a escritora.
Entre seus outros livros, destacam-se O fantasma de Luís Buñuel (2004, menção honrosa do Prêmio Nestlé), Eleanor Marx, filha de Karl (2021, publicado na Espanha e no Chile), Maria Altamira (2023, finalista dos prêmios Jabuti, Oceanos e São Paulo) e Farejador de águas (terceiro lugar na categoria romance do Prêmio Machado de Assis, da Fundação Biblioteca Nacional, em 2024). Publicou ainda o livro de contos Felizes poucos e outros 20 obras para jovens e crianças. Seu romance mais recente é Céu branco.
O Paiol Literário é realizado pelo Rascunho desde 2006. O patrocínio desta temporada é da Redecard, empresa do grupo Itaú Unibanco, por meio da Lei Rouanet, e os encontros são online, com transmissão pelo YouTube.
• Porta para o mundo
A literatura é algo tão amplo. Como se fosse uma porta para um mundo que não é exatamente o seu mundo, mas um mundo que você passa a conhecer através dos livros. E é muito bacana isso, é de uma beleza quando você pensa que através dos livros consegue ampliar seus horizontes, fazer viagens dentro de você mesmo, tanto viagens para fora, para outros lugares, mas também viagens internas. De repente aquele livro parece estar falando de você, e aí você começa a se conhecer melhor. É um prazer imenso, é tão grande que fico até com pena de quem não o conhece.
• Valor do livro
Gostaria muito, realmente, de que fosse mais reconhecido aqui no Brasil o valor do livro, tanto pelas políticas públicas como pela maioria do nosso povo, que não tem acesso ao livro, que não entende esse mundo dos livros, que não sente o prazer que a leitura dá. Isso é realmente algo que me deixa bastante consternada — que isso não possa ser compartilhado com mais brasileiros.
• Herança
É realmente uma tristeza, porque uns anos atrás havia uma esperança, eu me lembro bem, quando escrevi um livro sobre a questão da leitura: De onde vêm as histórias. É um livro otimista. Mas nós não imaginávamos que enfrentaríamos quatro anos do governo Bolsonaro. Acabou que a nossa educação foi jogada lá no chão. Você vê agora a recente pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que mostra uma perda de 7 milhões de leitores. Como se alguma vez já tivéssemos tido 7 milhões de leitores. Mas, enfim, de toda maneira, a estatística mostra que perdemos; que tivemos, mas perdemos. Como perdemos também mais 1.500 bibliotecas. Então, você se pergunta, poxa, mas como é que isso aconteceu? É uma das heranças do governo Bolsonaro, que nós não sabíamos que teríamos. Há muita coisa para descobrir desse legado maldito. Você se lembra dos ministros da Educação? Foram ministros vexatórios. Então eu agora, apesar de estar assustada com o que houve durante esses quatro anos, acredito que as coisas vão melhorar se houver continuidade nas políticas públicas, no sentido de escolas melhores, salários melhores para professores, bibliotecas em cada recanto do país. Porque é através das bibliotecas que as pessoas conseguem o acesso ao livro. Poucos são os que podem comprar livro. Então, tudo isso eu acho que é possível. Tem que ser possível melhorar. E a receita é tão simples: boa educação, boas bibliotecas.
• Bom leitor
O bom leitor é aquele que ama os livros, que esteja apaixonado pelos livros. E que mesmo que não esteja lendo, pelo menos sempre tem a intenção de logo estar lendo um livro. E que entre no livro de cabeça. Porque o autor que não tem leitores, que não os encontra, é um autor perdido. Sem o leitor, o livro, na verdade, não se realiza. Se o livro não tem leitor, ele vai para o depósito e fica lá. O bom leitor é aquele que vai atrás de um livro e que reconhece que a leitura proporciona uma riqueza interior muito grande. É tão óbvio que a pessoa que lê tem uma visão de mundo bem mais interessante do que quem não lê, que fica no seu mundinho, que só conhece o seu mundinho, ou conhece o mundo pela televisão, que é também uma coisa muito superficial. Mas nós somos carentes de bons leitores. Somos bem carentes. • Família de leitores Tive a sorte de ter nascido em uma família de leitores. Meu pai era leitor. Em minha casa tinha a biblioteca particular dele. Ele era médico, mas também se interessava por literatura. Então tive essa sorte de ter um exemplo, de ter livro à disposição em casa. E comecei a ler. Toda a minha geração, na verdade, foi uma geração que não teve uma grande quantidade de livros infantojuvenis para ler, começou com o Monteiro Lobato. Por mais que ele hoje seja acusado de racista e tudo mais… para as crianças que nós fomos, Monteiro Lobato deu o encantamento pelo livro. E aí eu realmente acho que não sou só eu. Minha geração teve isso… esse presente do Monteiro Lobato.
• Grandes autores
Como eu disse, na época não tinha muitos livros infantis. Havia o Tesouro da Juventude, que era uma coleção muito interessante, foi um marco, quase todo mundo da minha geração conheceu. Depois, já adolescente, a porta se abre, porque como a gente não tinha livros para adolescentes, fomos adolescentes que começamos a ler livros adultos. Jorge Amado, Erico Verissimo, todos esses grandes autores, eu li na adolescência.
• Papel das bibliotecas
Não me desespero com essa nova geração. Acho que escolas e bibliotecas são muito importantes para apresentar livros ao adolescente, ao jovem que goste de ler. E a partir do momento que se pega o gosto pela leitura, o jovem vai achar um tempo para ler. Se tiver acesso, claro. Então a biblioteca é essencial, algo que realmente pode ser de muita contribuição para essa descoberta da literatura. Acredito muito nisso.
• Séries
E também não sou contra a internet, de jeito nenhum, não sou contra o streaming. Acho que há narrativas muito boas no streaming. Sou fã de algumas séries, sempre que há narrativas bem construídas, ótimos roteiros. Não vai ser isso que vai tirar os nossos jovens da leitura.
• Escritora
Desde pequena, por conta do amor pela leitura, queria ser escritora. Essa ideia sempre permaneceu. O curioso é que eu não escrevia diários, não escrevia aquelas coisinhas adolescentes. Ainda não escrevia nada. Mas sabia que ia escrever um dia. E ia adiando. Até porque minha vida também me levou para outros caminhos. Entrei muito jovem na luta contra a ditadura. E os meus objetivos, a curto e médio prazo, passaram a ser outros. E você imagina, viver na clandestinidade, aquela luta contra a ditadura era complicada. Então, não tinha muito tempo para ler. • Exílio Trabalhei um tempo como jornalista e redatora de publicidade. Isso era também um trabalho de escrita. Quando fui para o exílio [início da década de 1970], comecei um curso de antropologia. Isso me abriu muito a cabeça para entender melhor a literatura. No Peru, conheci autores maravilhosos, não só peruanos, mas de toda a América Latina. Foi um período em que li muito.
• Marco Zero
Quando voltamos ao Brasil, também passei um grande tempo trabalhando e sem pensar em escrever. E, de repente, a gente resolveu, eu, Felipe Lindoso e o Márcio Souza, nosso grande amigo, abrir uma editora, a Marco Zero [a editora foi aberta em 1980]. E achei até que seria um atalho para começar a escrever e publicar. Foi um ledo engano, porque quando você tem um negócio, dedica 24 horas do dia para aquilo. Mas foi um tempo também que aprendi bastante. Acho que foi aí, na editora, que aprendi a escrever. Eu fazia tradução, que é uma grande escola de escrita, e era editora dos textos, que também é um ótimo aprendizado. Foi depois disso que me senti preparada para escrever.
• Recomeçando
Mas só comecei realmente a me dedicar à escrita quando a Marco Zero acabou [em 1998]. Ela foi roubada da gente, dos três sócios iniciais. Então de repente acontece uma coisa tristíssima na sua vida, e você passa a falar: “Poxa, agora tenho que fazer uma outra coisa. E terá que ser com livro. Então agora vou começar a escrever. De verdade. E se eu não escrever agora, não vou começar nunca mais”. Aí comecei a escrever. E quando comecei, já estava formada, vamos dizer assim, pela escola da Marco Zero. Aprendi ali, editando e traduzindo livros.
• Mulheres do Brasil
Eu tinha uma ideia do que queria fazer. E era uma ideia que vinha da minha vida. Porque essa é uma certeza que eu tenho. Que o escritor é formado pela sua vida. Isso parece óbvio, mas tem muitos escritores que não aceitam isso. Você tem o que viveu, o que leu, o que se interessou, o que estudou, o que você amou. Toda a sua aventura e experiência de vida, vai formando a sua visão de mundo. E a visão de mundo faz você escolher determinados temas para a sua literatura. No meu caso, minha visão de mundo era política. A política sempre fez parte da minha vida. Então, minha visão era essa. Eu queria fazer algo que tivesse sentido, e os temas que escolhi, que escolho sempre, são questões que se referem a histórias de mulheres que participaram da construção do Brasil. Da miscigenação. Aí me aprofundei nesse tema, seguindo uma linhagem que começa com a chegada dos portugueses e o encontro de um marujo com uma indiazinha tupiniquim. Eu narro [em A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas] essa linhagem até chegar aos dias de hoje. Sempre a partir das primeiras filhas, sempre a partir das mulheres. Então isso me deu a oportunidade de falar da história do Brasil através da participação das mulheres. É sempre uma questão que quero desvendar.
• Livros políticos
Mas isso também acho que me fez perder algumas chances de reconhecimento. Agora as coisas mudaram, mas em 2002, quando lancei A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas, recebi muita crítica, apesar de o livro ter feito sucesso, algumas pessoas me questionavam pelo tipo de visão que eu tinha. Mas hoje não, quase todos os livros são políticos. Porque realmente tem toda a questão do Brasil recente, ter passado pelo que passou, então isso abriu os olhos de muita gente no sentido de que a política faz parte da nossa vida. A minha intenção com a literatura é entender a condição humana, porque esse realmente é o papel da literatura. A literatura talvez seja a maneira mais capaz de entrar na subjetividade das pessoas e entender essa condição humana. E a condição humana está vinculada à política de cada dia. • Ato político Acredito que a literatura, realmente, não vai transformar o mundo. Quem vai transformar o mundo são as pessoas que estão sofrendo injustiças. E a literatura pode dar uma certa segurança para as pessoas. Aos pouquinhos, pelo mínimo que seja, você está contribuindo com a visão do leitor. É claro que isso não é nada. Mas são milhões de livros que fazem isso e transformando as pessoas. Nesse sentido, acho que o livro tem uma potência muito grande.
• Questão climática
Essa questão agora da crise climática, é uma ameaça que está muito perto de nós. Há algum tempo achávamos que não. Que era uma coisa que poderia acontecer no futuro, mas quando nem nós nem nossos filhos estaríamos aqui para ver. E no entanto ela chegou, já está aí, é um risco que nós estamos correndo. E frente a isso, o que nós, escritores, podemos fazer? Essa é uma pergunta que me faço. E é uma pergunta que tento responder com minha literatura. Por exemplo, Farejador de águas veio da minha preocupação com essa questão da água, que vai ser um grande problema futuro — já está começando a ser. Os rios já estão secando em muitos lugares, é um problema que já existia há muito tempo no Nordeste, por exemplo, mas não existia aqui no Sul. Então, com a questão global, outros países estão sofrendo também com a falta de água, aí vai começar aquela disputa. Então comecei a pensar no livro.
• Respostas
A literatura não é feita para dar respostas. Ela é feita justamente para questionar e tentar mostrar algumas coisas. Essa questão da água é uma enorme resposta para isso. Mas quero que o leitor comece a pensar a respeito. “Poxa, o cerrado está acabando.” O Maria Altamira também é uma outra questão. A barragem de Belo Monte veio acabar com a vida dos ribeirinhos e prejudicar demais o rio Xingu, a água está poluída, contaminada, os peixes estão morrendo. É uma barbaridade atrás da outra que a gente vê acontecer. E com Maria Altamira também quis mostrar isso. Poxa, não é possível que as coisas aconteçam no Brasil e que a gente não saiba, que a gente nem se interesse em saber. Com a literatura você consegue também passar esse espanto com as coisas e, ao mesmo tempo, dar ao leitor uma esperança.
• Xingu
O Xingu pode acabar. Os indígenas estão sofrendo demais. Tudo bem, você está na cidade, não é um grande problema seu. Não é para você ir lá também, defender indígenas, nada disso. Mas é para você saber o que acontece. Saber que isso tem influência sobre a vida, que a luz que você tem também provoca todos esses problemas. A complexidade do mundo é enorme, então você precisa se situar um pouco.
• Rotina
Eu tenho uma disciplina. A literatura parece que é uma coisa assim, que você faz um dia, dois dias. Não, são anos de trabalho. Então, você tem que ter disciplina e tenacidade para escrever um livro. Você tem que fazer pesquisas. No caso de Maria Altamira, foi ótimo porque fui conhecer o rio Xingu, consegui me integrar a uma expedição, foi uma maravilha. Conheci o Xingu e voltei feliz em um certo aspecto. Mas ao mesmo tempo assustada com o que estava acontecendo lá.
• Manhã
Eu só escrevo de manhã. Mas a primeira coisa importante a saber é que estou aposentada. Comecei a escrever, na verdade, quando já não tinha mais obrigações fora de casa. Você precisa de tempo para escrever. Se você precisa de tempo para ler, imagina para escrever. É preciso estabelecer um tempo de dedicação ao livro. Caso contrário, o livro não caminha. Então, para mim, é pela manhã. Faço as pesquisas, depois escrevo. E aí, a escrita é a melhor parte. Principalmente quando o livro chega ao final da primeira versão. Aí já não pode fugir, ele está ali. O livro está ali, não está pronto, mas dali ele não foge. Então é só você voltar, começar a trabalhar. E essa é outra parte deliciosa também, trabalhar a linguagem, ficar ali vendo se a frase está funcionando, se não está. Esse é o trabalho que eu acho de uma intensidade e de uma alegria muito grande. Reescrever quantas vezes for necessário, fazer quantas versões precisar.
• Oralidade
A oralidade é um trabalho. Mas tem coisas da oralidade que eu não coloco. Por exemplo, você nunca vai encontrar nos meus livros o terrível “nóis”. “Nóis vai fazer aquilo.” Isso realmente me dói os ouvidos, eu não uso. Acho que você tem que tentar tirar esses problemas que prejudicam a leitura, porque faz o leitor se afastar do texto. Tem que ter esse cuidado. Sem você perder a essência da oralidade, você tem que cortar essas pontas. Para que o livro fique mais redondinho e que o leitor não se assuste. Mas eu gosto muito de trabalhar com a oralidade, acho uma coisa bonita, a linguagem de pessoas diferentes, pessoas que não tiveram a educação que nós tivemos. Eu acho bonito como elas falam. Tem que ter um respeito muito grande por isso.
• Antropologia
A antropologia me deu muitas entradas para a literatura. Uma delas é a história de vida. E o respeito que há nisso, de escutar o outro, entender o outro, achar beleza no que está dizendo e como ele está dizendo. E a antropologia nos dá essa sensibilidade. Tem outras coisas da antropologia que que me ajudam bastante, como essa questão metodológica, a história de vida. Geralmente, sempre dou alguma dica de onde é que a personagem veio, como é que ela surgiu, como é que foi a infância dela. Eu gosto de fazer isso. A riqueza da personagem é, enfim, muito bonita, porque você transforma alguém que não existe, consegue dar corpo, sangue e alma para ela.
• Contemporâneos
Tento acompanhar a literatura contemporânea. Acho muita coisa ruim e acho muita coisa boa. Às vezes fico meio irritada com livros que são vendidos como algo precioso, quando não são. Mas faço questão de conhecer a literatura contemporânea, de reconhecer o valor de muitos novos escritores e tenho grandes amigos, autores e autoras que admiro bastante. Também gosto muito dos estrangeiros. Gosto dos americanos. Gosto dos franceses. Se bem que os franceses deram uma caída grande. Houve um momento em que os franceses eram o suprassumo da literatura para nós. Mas esse momento já passou. Ainda que haja autores interessantes. E procurou ler essas traduções que chegam de autores palestinos. A gente descobre cada coisa. Fico encantada. Como tem gente escrevendo bem.
• Mudança no mercado
Criamos a editora Marco Zero nos anos 1980. Naquela época a imprensa tinha um papel fundamental na divulgação dos livros. E era muito difícil você conseguir espaço para um jovem autor em seu primeiro livro. Hoje não. Primeiro, tem as redes sociais, que foram adquirindo uma importância enorme, a divulgação ficou mais facilitada. Antes ficava só entre as grandes empresas, entre as grandes mídias, agora não, você consegue colocar seu livro em muitos lugares. Isso foi uma coisa que mexeu com o mercado editorial. Porque houve abertura de espaço para novas editoras, apareceram muitas novas editoras, muitas novas livrarias. Uma efervescência de editoras independentes, de livrarias independentes, que com toda a dificuldade que elas enfrentam, estão conseguindo ir em frente. Você vê uma editora como a Patuá. Nos anos 1980 era impossível, e hoje a Patuá é um grande sucesso. A editora que deu certo, ela tem um esquema novo, que ela inventou, e deu certo. Isso é sensacional. • Extrema direita Ando muito assustada. Não esperava ver um mundo assim, eu já passei por muitas coisas, mas o que está acontecendo… parece que nós estamos num atoleiro, uma coisa que não dá para entender. Trump sendo reeleito nos Estados Unidos, como é possível isso? O planeta está acabando. Será que nós vamos conseguir ainda barrar esse aquecimento global? Eu não sei.
• Novo romance
Acabo de escrever um romance que trata do Brasil, do nosso passado recente. Um livro que tenta entender o surgimento de tantos bolsonaristas. O que fez essas pessoas se fanatizarem em torno de um homem que não vale nada. Isso realmente é uma coisa que eu não entendo. Essa retórica do ódio que o professor João César de Castro Rocha explica muito bem. Na minha história, são três amigos. Eu narro como que um deles se transforma, em pouquíssimo tempo, em um bolsonarista quase que raiz. O livro termina no episódio do 8 de Janeiro. Não sei quando vai ser publicado, se vai ser, porque é um livro polêmico, sem dúvida nenhuma. Mas acho que é um livro que interessa.