“Ariano Suassuna debochava quando era chamado de anacrônico. Assim como usava o humor como antídoto ao trágico”, afirmou Zuenir Ventura, 83, em seu discurso de posse na Cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na última sexta-feira (6).
O jornalista e escritor mineiro foi eleito em outubro do ano passado. Ele sucede o dramaturgo, poeta e romancista Ariano Suassuna, falecido no dia 23 de julho de 2014.
Ventura foi professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Escola Superior de Desenho Industrial, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Colunista do jornal O Globo, ingressou no jornalismo como arquivista, em 1956. Até a década de 1980, exerceu vários cargos em diversos veículos, como o Correio da Manhã, O Cruzeiro, Veja, IstoÉ e Jornal do Brasil. Entre os prêmios que conquistou com suas reportagens estão o Esso e Vladimir Herzog.
Em 1988, lançou o livro 1968 – o ano que não terminou, cujas 48 edições já venderam mais de 400 mil exemplares. Em 1994, lançou Cidade partida, um livro-reportagem sobre a violência no Rio de Janeiro, com o qual ganhou o Prêmio Jabuti de Reportagem. O Rio de J. Carlos e Inveja – Mal Secreto, Chico Mendes – Crime e castigo, Crônicas de um fim de século, Minhas histórias dos outros e Sagrada família estão entre os livros do autor.