O livro de contos Ogivas, em pré-venda pela Caos & Letras, marca o retorno de Débora Ferraz à ficção após hiato de sete anos. O conjunto, marcado por narrativas sobre a violência cotidiana, será viabilizado por meio de um financiamento coletivo em andamento.
O primeiro romance de Débora, Enquanto Deus não está olhando, venceu os prêmios Sesc e São Paulo de Literatura e arrancou elogios de grandes nomes das letras brasileiras. Para Raimundo Carrero, por exemplo, a autora “surpreende e fustiga o leitor com cenas e frases inesperadas”.
Agora, a escritora radicada em João Pessoa (PB) e cofundadora da escola de escrita Edícula Literária elabora um livro que parece seguir a premissa de que uma das funções do artista é incomodar. “A arte não foi feita para ser inofensiva”, pondera Débora, que estreou na ficção, aos 16 anos, com Os anjos (2003).
“Dá vontade de tirar as tripas às vezes. Tirar tudo. Tudo mesmo que existe dentro de mim e oferecer por aí o que eu tenho de mais humano: coração, rim, estômago, fígado. Saciar essa sede de sangue deles”, diz um trecho do conto O filhote de terremoto.