🔓 Vidraça_setembro_2010

07/12/2011

Adriana Lisboa debate literatura digital na Bienal do Livro Paraná

Bienal à vista
De 1.º a 10 de outubro, no Estação Convention Center, em Curitiba, acontece a 1.ª Bienal do Livro do Paraná, promovida pela Fagga Eventos. Serão 18 mesas no Café Literário, reunindo 36 autores brasileiros. Quatro delas já haviam sido confirmadas até o fechamento desta edição: Cristovão Tezza e José Castello discutem a voz do escritor; Márcio Souza e Ana Miranda, os limites entre realidade e ficção; Sérgio Rodrigues e Adriana Lisboa discorrem sobre literatura digital e e-books; e, numa homenagem ao crítico Wilson Martins, morto em janeiro deste ano, Affonso Romano de Sant’Anna e Miguel Sanches Neto encerram o evento, na noite de 10 de outubro. As três primeiras mesas acima serão mediadas pelo jornalista e tradutor Christian Schwartz; a mediação da última será minha. Aliás, os outros mediadores da Bienal serão Cristiano Freitas, Flávio Stein, Luiz Rebinski Junior, Mariana Sanchez, Paulo Camargo, Omar Godoy, Carlos Machado, Paulo Krauss, Bob Faria e Luiz Andrioli.

Piazada
Outro destaque da Bienal paranaense será o Circo das Letras, com curadoria da escritora Cléo Busatto, e que trará atrações dirigidas especialmente ao público infantil, como oficinas, brincadeiras e contação de histórias.

Público amplo
“A programação do evento foi pensada para atender ao público mais amplo possível”, diz Rogério Pereira, editor do Rascunho e curador da Bienal do Paraná. “Nos encontros do Café Literário, teremos autores dos mais diversos estilos, consagrados e jovens, discutindo temas que vão desde a formação do leitor até o diálogo entre literatura e quadrinhos. O público encontrará uma programação diversificada e interessante, que o aproximará ainda mais do mundo lúdico da literatura.” A organização espera um público de aproximadamente 200 mil pessoas durante os 10 dias da Bienal. Mais informações sobre a programação no site.

Painel de poetas
O poeta, músico e dramaturgo Alexandre França acaba de lançar o selo literário Dezoito Zero Um — Cultura e Arte (uma referência ao número do apartamento onde mora, na capital paranaense). A estréia se deu com o lançamento dos dois primeiros livros da coleção Poesia — Dezoito Zero Um, A fachada e os fundos, de Edson Falcão, e De doze em doze horas, do próprio França. Como a idéia é editar apenas títulos representativos da nova poesia curitibana, já estão na fila nomes como Luiz Felipe Leprevost e Rodrigo Madeira. Para um futuro próximo, também está prevista a criação de duas outras coleções da Dezoito Zero Um, uma de dramaturgia e outra de prosa, sempre de autores da capital paranaense. Quem quiser comprar os livros e estiver fora de Curitiba, é só escrever para [email protected].

Roth inédito
Já está circulando a edição J da revista literária curitibana Arte e Letra: Estórias, editada por Thiago Tizzot. Entre os contos publicados neste novo volume (todos inéditos no Brasil), destacam-se Suco ou molho, de Philip Roth, e O bebê, do russo Arkady Bukhov — autor nunca antes publicado no país. Também integram o elenco da Arte e Letra J os autores A. A. Milne — escritor inglês criador do Ursinho Pooh —, Alexandre Dumas, Rudyard Kipling e o peruano Ricardo Palma, entre outros. As ilustrações ficam por conta do artista americano Norman Saunders.

Quinta Serrote
A quinta da edição da revista Serrote, editada pelo Instituto Moreira Salles, também já está na praça. Com capa da artista gráfica Maira Kalman, a publicação traz, como destaques deste quadrimestre, um ensaio de David Grossman sobre o polonês Bruno Schulz e um texto de W. G. Sebald acerca da literatura de Robert Walser. Além disso, vale conferir o texto Civilização dos indígenas, escrito em 1851 por Manuel Antônio de Almeida, aos 20 anos, como resposta às propostas descabidas do visconde de Porto Seguro, defensor da escravidão de índios no Brasil. E mais: Graham Greene, Nuno Ramos, Antonio Cicero, Natalia Ginzburg, William Kentridge e vários outros.

Só os tolos
No último dia 17, morreu, aos 90 anos, o grande crítico literário britânico Frank Kermode, autor de inúmeros livros indispensáveis, entre eles A linguagem de Shakespeare, publicado no Brasil pela Record, com tradução de Barbara Heliodora. Leitura obrigatória e urgente. Em memória de Kermode, aliás, transcrevo um trecho certeiro da “comédia” shakespeariana Medida por medida, que Coleridge considerava a mais dolorosa das peças do bardo. Trata-se de uma fala de Vicêncio, o Duque de Viena, a Cláudio: “Raciocine assim com a vida:/ Se eu a perder, perco uma coisa/ Que só os tolos querem conservar”.

Duzentas mil pratas
A esta altura, todo mundo já deve estar sabendo quem foram os vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura deste ano, mas vale o registro. Na categoria romancista estreante, o premiado foi Edney Silvestre, com o livro Se eu fechar os olhos agora; na categoria veterano, o ganhador foi Raimundo Carrero, com A minha alma é irmã de Deus — que também já havia levado o Prêmio Machado de Assis de 2009. Duzentas mil pratas para cada um, só isso.

Patricia Melo é a convidada do Paiol Literário

Patricia no Paiol
E a primeira edição do Paiol Literário duplo de setembro, no dia 23 (a segunda acontecerá no dia 29), já tem convidada definida. Trata-se da escritora Patricia Melo, autora de livros como Matador, Inferno, Valsa negra, Jonas, o copromanta e o recém-lançado Ladrão de cadáveres, entre outros. Para quem não puder acompanhar a conversa ao vivo, uma sugestão: mandem perguntas para o e-mail [email protected].

Leitura e cotidiano
De 13 a 17 de setembro, acontece em Curitiba, no Paço da Liberdade, a 29.ª Semana Literária Sesc Paraná. Com curadoria de José Castello, o tema do evento este ano é Leitura e Cotidiano, e a autora homenageada, Rachel de Queiroz. Entre os escritores já confirmados estão Lya Luft, Joca Reiners Terron, Raimundo Carrero, Tatiana Salem Levy, Altair Martins, Assis Brasil, Michel Laub, Heloísa Buarque de Hollanda, Humberto Werneck, André Sant’Anna, Sérgio Sant’Anna, João Paulo Cuenca e Nelson de Oliveira, entre outros.

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