Por Samarone Dias
Boris na Flip
Boris Fausto (foto) — nome incontornável da historiografia brasileira — é o primeiro autor confirmado para a Flip, que acontece de 1 a 5 de julho, em Paraty. O convite confirma o sucesso de público e crítica de O brilho do bronze, lançado pela Cosac Naify. O livro traz os sentimentos e reflexões sobre a morte da mulher, Cynira Fausto (1931-2010), com quem Boris foi casado por quase 50 anos. Leia resenha do livro.
Prêmio Off Flip
Estão abertas até 24 de março as inscrições para a 10ª edição do Prêmio Off Flip de Literatura. Os vencedores levam R$ 26 mil no total, algumas pernoites em Paraty, um passeio de escuna, uma cota em livros e participarão de mesa de debate. Os selecionados em conto e poesia serão publicados em coletânea e os autores das obras vencedoras no gênero infantojuvenil firmarão contrato com o Selo Off Flip.
Sacanagem lucrativa
Cinquenta tons de cinza, de E. L. James (foto), é um puta (com trocadilhos) sucesso. Isso não é nenhuma novidade. O filme, em cartaz há alguns dias por aqui, arrasta milhares de sedentos cinéfilos ao escurinho dos cinemas. O mais impressionante é que o livro já vendeu 5,5 milhões de exemplares no Brasil. Num país de milhões de analfabetos e banguelas, é algo espantoso. Mas há quem jure que pelo menos 5 milhões dos leitores de Cinquenta tons de cinza são analfabetos. Os demais, banguelas. Puta maldade.
Hatoum ilustrado
Dois irmãos, romance de Milton Hatoum, vai ganhar o mundo novamente. Em março, a Companhia das Letras lança a adaptação para os quadrinhos, realizada pelos gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon. Logo em seguida, será publicada na França (Deux frères, pela Urban Comics). No fim do ano, chega aos Estados Unidos (Two brothers, via Dark Horse). E ainda em 2015 deve ir ao ar na Globo a minissérie de Luiz Fernando Carvalho, baseada no romance de Hatoum.
Casa de Las Américas
O romance Minha vida sem banho, de Bernardo Ajzenberg (foto), venceu o prêmio Casa de Las Américas (Cuba). O júri — composto por Sylvie Josserand Colla (França), Silviano Santiago (Brasil) e Julia Calzadilla (Cuba) — ressaltou a originalidade, o uso do simbolismo, o tratamento das grandes questões do século 20 e outras atuais, como as questões ecológicas. Também chamou a atenção dos jurados o estilo peculiar de Ajzenberg, que recupera o irônico e o absurdo, típicos de Machado de Assis.
Menções honrosas
O júri também decidiu conceder menções honrosas à coletânea de poemas Tempo solto, de Amálio Pinheiro, pelo lirismo no tratamento do cotidiano, numa rica e forte linguagem metafórica. Ao livro de contos Garimpo, de Beatriz Bracher, pelo caráter experimental da sua prosa. E ao romance Na escuridão, amanhã, de Rogério Pereira (editor do Rascunho), pela sua estreia promissora na literatura, ao apresentar o tema da migração do campo à cidade através de um texto que alterna a narração de uma sofrida relação familiar com uma dilacerante carta ao pai.
