(11/10/20)
A União Brasileira dos Escritores (UBE) emitiu nota neste fim de semana em que defende o autor carioca João Paulo Cuenca, que está sendo processado por dezenas de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus por conta de uma postagem que fez no Twitter.
Em junho passado, Cuenca escreveu na rede social que o “brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”, parafraseando texto de Jean Meslier, autor do século 18, que escreveu que “o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”.
O comunicado, assinado pelo presidente da UBE, Ricardo Ramos Filho, diz que “querer processar escritores por emitirem livremente opiniões é colocar-se a serviço do obscurantismo e impor um sistema que não cabe no jogo democrático”.
São mais de 80 ações apresentadas a juizados especiais cíveis em 19 estados contra o escritor, com pedidos de ressarcimento por dano moral em valores entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
“Trata-se de um recurso para afrontar claramente a liberdade de expressão. O desejo de afogar um escritor em dívidas, impossibilitando o seu trabalho futuro ao tirar-lhe a paz, fica evidente”, conclui a nota.