🔓 Uma história da leitura

09/01/2013

“Um livro nunca se encerra. Nunca tem fim. Não existe apenas uma única vez. Ele é a história do leitor. Sempre. O autor inicia um processo que só tem continuidade com o outro, ou melhor, com os outros. E nós lemos o que somos e somos o que lemos. E, no final das contas, nessa ‘metáfora circular’ autor e leitor tornam-se algo único. Um livro que se lê sobre a leitura. É nesse tom de conversa que Alberto Manguel nos fala sobre as suas leituras em Uma história da leitura: ‘uma história de leitura… só pode ser uma entre muitas, por mais impessoal que tente ser’. Uma história da leitura é um belo exemplo de como um livro pode ser acadêmico sem ter uma linguagem que caminha pelas veias da imposição. Manguel utiliza uma linguagem de fácil acesso e sempre demonstrando suas idéias como possibilidades e nunca encerrando a interpretação em um único fim. O texto é tecido com o caráter pessoal do autor; ele faz questão de deixar claro que esse livro é o resultado de sua história da leitura, e não a única história. Há uma conscientização da leitura como a maior ‘invenção’ dos homens. O livro traz sobriedade.”


Carlos Machado vive em Curitiba (PR). É escritor, autor de Balada de uma retina sul-americana, Nós da província: diálogo com o carbono, entre outros.

Rascunho