Vencedor do Prêmio Casa de las Américas, o romance Um defeito de cor, da mineira Ana Maria Gonçalves, ganha reedição especial pela Record, com novo projeto gráfico e obras de Rosana Paulino, propondo um roteiro visual do livro. A nova edição traz ainda o conto afrofuturista inédito Ancestars, a primeira narrativa de Ana Maria Gonçalves publicada desde o lançamento de Um defeito de cor. O texto de orelha é assinado por Cidinha da Silva.
O lançamento da edição especial será com roda de samba no dia 24 de setembro no Bafo da Prainha, no centro histórico do Rio. O livro também inspirou uma exposição homônima que será inaugurada em 10 de setembro no Museu de Arte do Rio (MAR), reunindo 400 obras de mais de cem artistas.
O livro conta a saga de Kehinde, mulher negra que, aos oito anos, é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, e trazida para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia. Pautado em intensa pesquisa documental, Um defeito de cor é um retrato da exploração e da luta de africanos na diáspora e de seus descendentes, durante oito décadas da formação da sociedade brasileira.
A protagonista é inspirada em Luísa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participado da célebre Revolta dos Malês, movimento liderado por escravizados muçulmanos a favor da Abolição.