No romance Quando as árvores morrem, em pré-venda pela Claraboia, Tatiana Lazzarotto narra a trajetória de uma personagem que é informada da morte do pai. A partir daí, precisa lidar com o luto e cumprir o último desejo do falecido.
“Arrancam meu pai da memória, matam-no novamente pela linguagem e depositam-no em um lugar onde nós, sua família, não podemos acessá-lo. Não conseguimos lutar, uma vez que também nos esquecemos de quem somos”, diz trecho da obra.
Em meio às lembranças de infância e às dores recentes, a protagonista retorna para o fictício vilarejo de Província, no sul do país, para garantir que a velha árvore do quintal da casa em que moravam não seja derrubada.
“Quando leio Tatiana, me entrego obstinada a reinventar memórias, tenho a permissão de sentir a dor de um luto que não estanca — tipo árvore que permanece em pé, mas tem as raízes fracas, encharcadas por água”, anota Gabriela Soutello na orelha do livro.
Tatiana Lazzarotto nasceu em São Lourenço do Oeste (SC), em 1985. Faz parte do Clube da Escrita para Mulheres, criado por Jarid Arraes, e publicou em revistas literárias antes de estrear em livro. É mestranda em Estudos Culturais e uma das organizadoras de Cartas de uma pandemia: Testemunhos de um ano de quarentena (2021). Vive em São Paulo (SP).