🔓 Serrote #41 apresenta ensaio-manifesto de Djaimilia Pereira de Almeida

A revista, que será lançada em live no dia 28 de julho, traz também textos de Paul Gilroy, Michel Gherman, Henry Louis Gates Jr. e Andrew Curran
Capa da revista serrote 41, que será lançada em live no dia 28 de julho
20/07/2022

A 41ª edição da serrote, revista de ensaios do Instituto Moreira Salles, será lançada no dia 28 de julho (quinta-feira), às 17h, em uma live com a escritora Djaimilia Pereira de Almeida e a poeta e tradutora Stephanie Borges. A conversa será transmitida ao vivo pelos canais de YouTube do IMS e Facebook da serrote, com tradução em Libras.

No debate, Djaimilia comentará o seu ensaio O que é ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo, que abre a serrote #41. Nascida em Angola e radicada em Portugal desde criança, a autora percorre sua própria trajetória para abordar questões do racismo e da existência negra na História e na atualidade.

“O meu maior privilégio é ter nascido em 1982. Não é ter tido uma educação, ter sido amada e protegida pela minha família. Não é a habitação, ou sequer o acesso à saúde. A data do meu nascimento é o meu maior privilégio. Peso cada palavra. Houvesse eu nascido 70 anos antes e não haveria lugar a este ensaio, ou a qualquer dos meus livros.” O texto é ilustrado com imagens da série Fardo (2017), ensaio visual da artista Carla Santana, fotografado por Thomas Mariano.

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Expoentes dos estudos sobre cultura africana e afro-americana, os pesquisadores norte-americanos Henry Louis Gates Jr. e Andrew S. Curran retomam um concurso da Academia Real de Ciências de Bordeaux em 1741 para entender como o Iluminismo justificou a escravidão, no ensaio Inventando a ciência da raça.

Já o professor e sociólogo Michel Gherman investiga os contornos antissemitas e nazistas disseminados pela extrema direita atual e, principalmente, pelo bolsonarismo, no texto Um crime quase perfeito, em que se vale da imagem do “judeu imaginário”.

Um dos filósofos franceses mais relevantes em atividade, Alain Badiou faz uma análise impiedosa das estratégias contemporâneas de contestação em Considerações sobre a desorientação do mundo. Segundo o autor, o ensaio “destina-se principalmente a todos aqueles que ficaram perplexos — ao menos desde a eclosão da pandemia — diante da evidente desordem do mundo contemporâneo, sua complexidade e seus múltiplos embaraços, suas pretensões vãs, suas promessas não cumpridas, seus graves problemas não denunciados e muitos outros detalhes obscuros”.

A manipulação da imagem de Bob Marley a serviço do capitalismo é o tema do texto Could you be loved?, em que o sociólogo britânico Paul Gilroy resgata a subversão original do músico jamaicano. No divertido Borges e um infinito muito particular, o literato e professor Adriano Schwartz destaca em 14 tópicos (e quatro itens não numerados) as várias utilizações do número 14 na obra do argentino Jorge Luis Borges.

A serrote#41 traz ainda um ensaio visual da artista Lucia Nogueira, apresentado pelo diretor de arte da revista, Daniel Trench. Também estão presentes trabalhos dos artistas Sandra Jávera, Guilherme Teixeira (cuja obra da série Oráculo figura na capa da edição), Paulo Whitaker, Wallace Pato, Marlon Amaro e Eduardo Haesbaert.

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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