O Prêmio Oceanos anunciou nesta quinta (18) os finalistas da sua edição de 2021. Na primeira etapa do prêmio, 1.835 livros foram lidos e avaliados por um júri de 95 profissionais, que selecionou 54 semifinalistas.
Na segunda fase, sete jurados eleitos pelo primeiro júri escolheram os 10 finalistas apresentados agora. Os vencedores serão conhecidos em dezembro. O valor total da premiação é de 250 mil reais, sendo R$ 120 mil para o primeiro colocado, R$ 80 mil para o segundo e R$ 50 mil para o terceiro.
Integram a lista oito romances, um livro de contos e um livro de poemas, escritos por autores do Brasil, Moçambique, Portugal e Timor-Leste. O anúncio foi apresentado pelo crítico literário Manuel da Costa Pinto e pela jornalista portuguesa Isabel Lucas. Os finalista foram apresentados e, por meio de áudio gravado, leram trechos ou falaram a respeito de seus livros.
Participaram do júri que classificou os 10 livros, pelo Brasil, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Beatriz Resende, a professora da Universidade de São Paulo (USP) e escritora Eliane Robert Moraes, o poeta e crítico literário Fábio Weintraub e o poeta, músico, produtor cultural, artista visual e editor Ricardo Aleixo. São do júri, ainda, o moçambicano Nataniel Ngomane, professor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo, e os portugueses Maria João Cantinho, escritora e crítica literária, e Pedro Mexia, escritor crítico literário.
Autores e livros
O escritor curitibano Cristovão Tezza, que venceu o Oceanos em 2008 com o romance O filho eterno, volta à final do prêmio, agora com A tensão superficial do tempo (Todavia), um livro permeado pela tensão política que dividiu o Brasil na última década. O ausente (Relicário), romance de estreia de Edmilson de Almeida Pereira, também está na final. O escritor mineiro já havia sido semifinalistas do Oceanos 2021 com dois livros.
Outros três livros classifocados também seguem concorrendo ao Jabuti e ao Prêmio São Paulo de Literatura. São eles: Maria Altamira (Instante), oitavo romance de Maria José Silveira e que trata da luta dos povos indígenas pela sobrevivência; O avesso da pele (Companhia das Letras), de Jeferson Tenório, que aborda as violências sofridas por homens negros no país; e Fé no inferno (Companhia das Letras), 12º romance de Santiago Nazarian e que aborda o genocídio armênio.
O moçambicano Mia Couto, com O mapeador de ausências (Companhia das Letras), e o português Gonçalo M. Tavares, com O osso do meio (Relógio D’Água), também estão na final.
E pela primeira vez na história do prêmio, um autor do Timor Leste figura entre os finalistas: Luís Cardoso, com o romance O plantador de abóboras (abysmo)
Completam a lista, a coletânea de poesia Inferno (Assírio & Alvim), do português Pedro Eiras, e a seleta de contos Pessoas promíscuas de águas e pedras (Patuá), da brasileira Thais Lancman.
Finalistas Oceanos 2021
A tensão superficial do tempo, de Cristovão Tezza — romance brasileiro | Todavia
Fé no inferno, de Santiago Nazarian — romance brasileiro | Companhia das Letras
Inferno, de Pedro Eiras — poesia portuguesa | Assírio & Alvim
Maria Altamira, de Maria José Silveira — romance brasileiro | Instante
O ausente, de Edimilson de Almeida Pereira — romance brasileiro | Relicário
O avesso da pele, de Jeferson Tenório — romance brasileiro | Companhia das Letras Brasil e Portugal
O mapeador de ausências, de Mia Couto — romance moçambicano | Caminho, Companhia das Letras e Fundação Fernando Leite Couto
O osso do meio, de Gonçalo M. Tavares — romance português | Relógio D’Água
O plantador de abóboras, de Luís Cardoso — romance timorense | abysmo
Pessoas promíscuas de águas e pedras, de Thais Lancman — contos brasileiros | Patuá