🔓 Ruy Castro é eleito para a Academia Brasileira de Letras

Jornalista e escritor é autor de biografias de Garrincha, Nelson Rodrigues e Carmen Miranda; ele ocupará a cadeira de número 13 da ABL
Ruy Castro, eleito nesta quinta-feira (06) para a Academia Brasileira de Letras (ABL)
06/10/2022

Um dos maiores biógrafos do Brasil, o mineiro Ruy Castro foi eleito nesta quinta-feira (06) para a Academia Brasileira de Letras (ABL). O escritor e jornalista vai ocupar a cadeira número 13, que pertencia a Sérgio Paulo Rouanet, morto em julho. Ruy recebeu 32 votos, entre os 35 acadêmicos que participaram, de forma presencial ou por carta.

Ele nasceu em Caratinga, no interior de Minas Gerais, mas adotou o Rio de Janeiro como sua cidade, escrevendo livros sobre a capital fluminense e alguns de seus habitantes mais ilustres.

Ruy começou a sua trajetória profissional como repórter em 1967, no Correio da Manhã, do Rio. Passou por grandes veículos da imprensa carioca e paulistana antes de se dedicar à carreira de escritor e cronista, a partir da década de 1990. Costuma dizer que foi um dos precursores do home office, ao trabalhar “de casa” quando ainda isso era incomum.

É autor de biografias como as de Garrincha (Estrela solitária), Nelson Rodrigues (O anjo pornográfico) e Carmen Miranda (Carmen: uma biografia).

Em 2018, Ruy Castro participou de uma das edições do Paiol Literário, evento com autores brasileiros coordenado pelo Rascunho. Ele relembrou seu primeiro contato com as palavras impressas e repassou a carreira, falando sobre sua opção pela não-ficção.

“Optei pela não-ficção ao escrever livros. Era como se o pêndulo tivesse já se inclinando há mais tempo para esse lado. Porque quando comecei a trabalhar, fiz uma ou duas antologias de frases — O melhor do mau humor, O amor de mau humor. Quando fui pegar um livro de verdade para fazer, que foi o Chega de saudade, contando a história da bossa nova, ali sim era a reconstituição de uma época, de um ambiente, de uma geração que produziu uma coisa importante na cultura brasileira”, disse.

“Ou seja, a minha obrigação era descobrir o que aconteceu. E não ficar inventando, elaborando em cima. Isso me arrastou. Essa entrega à não-ficção, no sentido de trabalhar com isso escrevendo, me arrastou também como leitor para esse lado.”

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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