O novo livro do biógrafo Ruy Castro traz uma compilação de registros artísticos produzidos no Rio de Janeiro nos anos 1920. As vozes da metrópole, que sai pela Companhia das Letras, joga luz sobre o trabalho ficcional, poético e jornalístico de uma geração de escritores que protagonizou um momento de ebulição na então capital federal.
Por meio de diversos gêneros literários e com estilos que desafiam qualquer tentativa de classificação homogênea, esses personagens registraram desde os fatos mais mundanos até suas angústias pessoais e os conflitos sociais e políticos. Os textos foram agrupados nas seções “frases”, “crônica e reportagem”, “poesia”, “ficção” e “provocações”.
Para compor a antologia, Ruy Castro consultou sobretudo primeiras e raras edições e pinçou o que foi produzido de melhor e mais fascinante no período — época em que as tipografias trabalhavam a todo vapor e publicavam uma infinidade de jornais, livros e revistas para todos os gostos.
O leitor provavelmente reconhecerá alguns dos nomes desta seleção — que permanecem sendo lidos e publicados até hoje, como João do Rio, Lima Barreto e Murilo Mendes —, mas descobrirá autores cujas obras acabaram tendo circulação restrita ou estão esgotadas há décadas, como Adelino Magalhães, Mercedes Dantas e Romeu de Avellar, entre outros.
Ruy Castro mais uma vez dedica-se ao Rio de Janeiro do século 20. Assim como fez com as biografias de Garrincha e Nelson Rodrigues, e de livros de reconstituição histórica sobre o samba- canção, a Bossa Nova, Ipanema e o Flamengo.