O novo livro do gaúcho Jéferson Assumção une literatura e música em uma paródia “periférica e subtropical” do movimento Tropicália. O romance-disco Tropeçália, em pré-venda pela editora Taverna, foi feito em conjunto  com  a banda Tropeçália, de Canoas, da Região Metropolitana de Porto Alegre. O romance vem com um QR Code para se escutar as músicas da banda, de autoria de Jéferson Assumção.

O livro conta a história do guitarrista George, ex-camelô em Canoas-RS que vira um músico de jazz com carreira internacional. À medida que ascende social, econômica e culturalmente, o músico vai deixando para trás os antigos parceiros da banda, os amigos e a família.

A enorme distância que vai se formando mostra ao mesmo tempo a desconexão e os muitos conflitos sociais, culturais e econômicos brasileiros, que se vislumbram por dentro da mobilidade social vivida pelo protagonista.

Depois de sua jornada de ascensão — quase impossível de acontecer a quem foi por quase dez anos camelô em Canoas —, George, já bem-sucedido e reconhecido, é convencido pelo produtor Jey Jey a voltar e refazer a Tropeçália, para ajudar o irmão de George, John, ex-integrante de sua antiga banda e que, ao contrário dele, amarga uma vida de dificuldades e uma luta contra o vício no crack.

Para tal, George tentará refazer a banda, cujo término em 1994, em Porto Alegre, foi traumático para um frágil e sonhador John. Durante seus quatro anos de atividades, de 1990 a 1994, a banda Tropeçália conseguiu um relativo e curto sucesso, com músicas que faziam o diálogo entre o rock gaúcho, o groove, o mangue beat e ritmos populares do Brasil. As letras criavam uma irônica versão subtropical, periférica e interiorana das influências tropicais e litorâneas da música brasileira.