As ruas de Paris não são tão glamorosas no romance Um país para morrer, do marroquino Abdellah Taïa. Radicado na França desde 1998, o autor narra histórias de personagens que precisam lidar com diversos tipos de preconceito.
O livro, construído majoritariamente por meio de diálogos, traz figuras como a de uma mulher marroquina que precisa se prostituir para sobreviver na capital francesa e um homossexual que deseja mudar de sexo.
A partir de personagens marginalizados, Taïa escancara a hostilidade de uma sociedade pouco receptiva aos muçulmanos e discute diversos temas, como choque cultural, colonização, liberdade e sexualidade.
“Ao retratar com uma crueza poética quase violenta os sonhos e frustrações dos seus personagens, Abdellah Taïa nos faz olhar nos olhos da injustiça, da desigualdade e da exploração das vidas e dos corpos”, diz a jornalista e escritora Simone Paulino, criadora da Nós.
Abdellah Taïa nasceu em Rabat, no Marrocos, em 1973. Foi o primeiro escritor árabe a assumir sua homossexualidade publicamente. Aquele que é digno de ser amado é seu outro livro traduzido no Brasil.