O romance Eisejuaz, de Sara Gallardo (1931-1988), chega ao Brasil em tradução de Mariana Sanchez. Publicado originalmente em 1971, o livro mais festejado da autora argentina — comparada a Guimarães Rosa e Juan Rulfo — se destaca por levar ao limite as possibilidades da linguagem.
Na narrativa, considerada por Ricardo Piglia uma das mais importantes da literatura argentina, o líder religioso e indígena que dá nome à obra rompe com a missão protestante nórdica à qual tinha sido incorporado e parte em busca de sua própria santidade.
“Existe em Sara Gallardo uma originalidade tão radical que o mais justo seria inscrevê-la nessa categoria da literatura latino-americana dos livros que não se parecem com nada, que não se encaixam nem mesmo no cânone da heterodoxia finalmente estabelecida”, anota o acadêmico Martín Kohan no prefácio.
Nos breves 57 anos que viveu, Sara foi jornalista, cronista e ficcionista. Além do romance publicado pela Relicário, lançou Enero (1958), Pantalones azules (1963) e Los galgos, los galgos (1968), entre outros. Seu trabalho de não ficção foi publicado em veículos como Confirmado e Primera Plana.