Finalista do International Booker Prize 2020 e do National Book Awards 2019, o romance A polĂcia da memĂłria, da japonesa Yoko Ogawa, acaba de ser publicado no Brasil, em edição da Estação Liberdade.
Em uma prosa ao mesmo tempo insĂłlita e sensĂvel, Yoko conduzi o leitor ao mundo das memĂłrias perdidas. Uma ilha Ă© vigiada pela “polĂcia secreta”, que busca e elimina vestĂgios de lembranças. Objetos, espĂ©cies e atĂ© famĂlias inteiras somem sem deixar vestĂgios, sem que as pessoas sequer se atentem, ou percebam os desaparecimentos, pois as recordações furtivamente tambĂ©m já se foram.
Na trama, uma escritora tenta manter intactos resquĂcios de histĂłrias, de algo que possa permanecer. NĂŁo Ă© fácil, já que tudo ao redor desaparece, e ela nĂŁo pode contar sequer com a prĂłpria memĂłria.
O leitor é convidado, instintivamente, a acessar o seu próprio arcabouço de lembranças e percorre uma jornada de recordações que também gostaria de preservar. Algo que tem se tornado familiar na atualidade, e a todos que têm criado um novo mundo, já que o anterior, pré-pandemia, não mais existe, e nunca será como antes.
Yoko Ogawa nasceu em Okayama, no JapĂŁo, em 1962. Sua vocação de leitora foi despertada precocemente por clássicos infantis, graças a um sistema de assinatura de livros de que a famĂlia dela dispunha.
Ela gosta de citar O diário de Anne Frank como uma referĂŞncia decisiva para perceber a escrita como via possĂvel e necessária de autoexpressĂŁo. Yoko estudou escrita criativa e publicou diversos livros, entre ficção e nĂŁo ficção. A autora vive atualmente em Ashiya, provĂncia de Hyogo — nas proximidades de Kyoto.
A escritora ganhou vários prêmios importantes do meio literário japonês, pelas obras Diário da gravidez, A fórmula preferida do professor, O enterro de Brahman, e por A marcha de mina.
De Yoko, a Estação Liberdade também publicou O museu do silêncio (2016) e A fórmula preferida do professor (2017), obra que foi vertida para o cinema, pelo diretor Takashi Koizumi, ex-assistente de Akira Kurosawa.