(06/11/20)
A nova edição da revista serrote chega à s livrarias na primeira quinzena de novembro. Depois de a edição impressa de julho ser substituÃda por uma edição digital gratuita, a nova publicação reúne os números 35 e 36 em um volume de 336 páginas.
O lançamento acontece em 17 de novembro (terça-feira), à s 18h, e reunirá para uma conversa os três ganhadores do 3º Concurso de EnsaÃsmo serrote, que têm seus textos publicados na edição. A primeira colocada foi Maria Lucas, com o ensaio Próteses de proteção. Em segundo lugar, Evandro Cruz Silva, com o texto Orfeu enfrenta o genocÃdio negro, e, na terceira colocação, Raphael Grazziano, com o ensaio Baltimore, ainda. O evento é gratuito e acontece no canal do IMS no YouTube.
A serrote antecipa com exclusividade um trecho de Afropessimismo, novo livro do escritor, cineasta e ativista Frank. B. Wilderson III, que sai no Brasil em 2021 pela Todavia. Depois do assassinato de George Floyd pela polÃcia na cidade de Minneapolis (EUA), em maio, a poeta americana Elizabeth Alexander publicou na New Yorker o ensaio Geração Trayvon, agora traduzido pela serrote. O texto é dedicado aos jovens negros que, como os filhos dela, cresceram em meio à repetição massacrante de cenas e relatos de violência policial contra pessoas negras.
Em O gênero queer, o ensaÃsta americano David Lazar mostra que, de Montaigne a James Baldwin, de Virginia Woolf a Roland Barthes, o desejo e a força do ensaio estão na transgressão de classificações e binarismos.
Outro destaque é o ensaio de Rachel Cusk, autora canadense que ganhou reconhecimento internacional pela trilogia Esboço, Trânsito e Kudos. No ensaio Retratos da insubmissão, Cusk discute como as artistas britânicas Celia Paul e Cecily Brown dramatizam em suas vidas e em suas telas a acidentada afirmação de mulheres pintoras num meio historicamente dominado por homens.
Em Diante da solidão de Clarice, a escritora Ana Maria Machado relembra o dia em que, há 45 anos, Clarice Lispector pediu ajuda a ela para ordenar o caos que daria origem à obra-prima A hora da estrela (1977). O ensaio é ilustrado com manuscritos do acervo de Clarice, que está sob a guarda do Instituto Moreira Salles.
Já o poeta Eucanaã Ferraz investiga, em Construir de portas abertas, um aspecto pouco explorado da obra de João Cabral de Melo Neto, que completaria 100 anos em 2020: sua relação tensa e conflituosa com o trabalho do arquiteto e urbanista Le Corbusier.
A serrote #35-36 apresenta ainda dois ensaios visuais dos artistas Mulambö, que também assina a capa da revista, e Rivane Neuenschwander. A publicação também tem obras de MaÃra Barillo, Abdias Nascimento, Bianca Leite, Rebeca Ramos, Lynette Yiadom-Boakye, Titus Kaphar, Le Corbusier, Cecily Brown e Celia Paul, Daniel Trench, Matheus Jadejishi, Gerty Saruê e Loredano.