🔓 Reformulado, “Rumos” busca consonância com os tempos atuais

06/09/2013

 

Inscrições para o Rumos 2013 vão até 14 de novembro
Inscrições para o Rumos 2013 vão até 14 de novembro

Singularidade, dinamismo e organicidade são as palavras que pautam o novo formato do Rumos Itaú Cultural, programa dedicado a mapear e incentivar a criação, produção e difusão cultural e artística brasileira. A 16ª edição do programa foi apresentada nesta semana, em São Paulo (SP), junto com a abertura das inscrições, que vão até 14 de novembro de 2013.

Se antes o Rumos definia apoios a projetos com base em áreas específicas de expressão (música, literatura, teatro, artes visuais, cinema e áudiovisual), a partir desta edição as fronteiras estão extintas: as propostas podem ser tanto multidisciplinares quanto voltadas a um único segmento, em quaisquer expressões artísticas e/ou intelectuais, apresentados e/ou desenvolvidos em quaisquer tipos de suporte, formato, área artística ou mídia. Também a comissão julgadora acompanha essa mudança, sendo agora única (não mais segmentada), interdisciplinar e ativa, servindo não só como avaliadora mas mediadora dos projetos nas etapas de desenvolvimento.

No caso da literatura, em que talvez seja mais difícil visualizar as possibilidades que o novo formato oferece (já que predominam editais voltados à criação, pesquisa e crítica literária), o programa contemplava apenas trabalhos voltados à crítica, produção e adaptação literária, alternando-os a cada edição. Agora, todas estas modalidades podem vir a ser contempladas em uma única edição do Rumos; para além delas, não há restrições: na inscrição, o artista ou proponente declara sua forma de participação e o que precisaria para viabilizar o projeto.

Isso significa que um blog, um projeto de pesquisa ou crítica, residências de criação, um aplicativo para literatura de cordel, a organização e preservação de acervo, edição de livro em qualquer suporte, realização de oficina ou simpósio, uma publicação (revista, jornal) de literatura ou a criação de um livro-objeto, vinculando artes plásticas e literatura, entre várias outras possibilidades, podem concorrer às bolsas de até R$ 400 mil e ser realizados em período a ser estipulado junto à comissão julgadora.

Ao mesmo tempo em que abre um leque de possibilidades que não podem ser previstas, o Rumos investe na interdisciplinaridade e no dinamismo de sua comissão julgadora, preparada para atender demandas que possam surgir ao longo do processo através da contratação de especialistas em outras áreas, do diálogo com proponentes para fortalecer, viabilizar e até mesmo expandir um projeto, etc. Segundo Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, a mudança acompanha a multidisciplinaridade que se apresenta na cena cultural e atende a demandas que já vinham surgindo no próprio programa. O Rumos se pauta, então, em atender experiências que nem sempre cabem nas formas pré-definidas de editais.

Tanto pode o Rumos 2013 apresentar trabalhos singulares e que explorem novas possibilidades, quanto fechar sua seleção com a predominância de projetos tradicionais. Concedida autonomia e feita a provocação, depende agora de artistas e proponentes.

*A jornalista viajou a convite do Itaú Cultural

Yasmin Taketani

É jornalista.

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