🔓 Prêmio Oceanos recebe 1.835 inscrições

Livros de poesia são maioria, seguidos de romances e coletâneas de contos; os três primeiros colocados vão dividir prêmio de R$ 250 mil
Selma Caetano, curadora do prêmio Oceanos
01/05/2021

O prêmio Oceanos anunciou que recebeu 1.835 inscrições para a edição 2021 do concurso. As obras foram publicadas em 10 países: Alemanha, Angola, Áustria, Brasil, Cabo Verde, Espanha, Estados Unidos, Moçambique, Portugal e Reino Unido. E 337 editoras de sete países — Angola, Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos, França, Moçambique e Portugal — participam do prêmio, que teve as inscrições encerradas em 18 de abril.

As listas completas das obras concorrentes e dos membros do júri da primeira etapa ficam disponíveis na página do Oceanos a partir desta segunda-feira (3).

Outro dado significativo desta edição, que aponta para a criatividade do mercado, foi o aumento considerável do número de edições do próprio autor — mais de 100% em relação ao ano passado, representando 18,6% do total das inscrições.

A ascensão das plataformas de autopublicação de livros, nas quais é possível fazer a publicação por demanda, como a Kindle Direct Publishing (KDP), da Amazon, e o Clube de Autores, aliada às vendas em plataformas de e-commerce, explicam parte deste fato. A carência de atividades sociais durante a pandemia pode também ter contribuído para o aumento da autopublicação e das vendas de livros por delivery.

O Oceanos 2021 apresentou a maior diversidade de nacionalidades de todas as edições. Participam do prêmio autores de Alemanha, Angola, Argentina, Brasil, Cabo Verde, China, Espanha, França, Haiti, Índia, Itália, Moçambique, Peru, Portugal, Rússia, Suíça, Timor-Leste e Venezuela, todos escrevendo e publicando originalmente em língua portuguesa.

Categorias
Dentre as categorias avaliadas pelo Oceanos, poesia — com 835 livros — corresponde a 45,5% das inscrições. Os romances somam 594 obras e representam 32,4% do total; os livros de contos — 265 inscrições — perfazem 14,4%, seguidos por 103 volumes de crônicas — 5,6% — e 38 obras de dramaturgia — 2,1%. Todos os livros concorrem entre si, uma vez que o Oceanos elege as três melhores obras publicadas no ano anterior ao da premiação sem distinção de gênero literário.

Na primeira etapa, um júri composto por 93 profissionais — professores de literatura, críticos literários, escritores, poetas e jornalistas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e Timor-Leste — lê e avalia as obras inscritas para escolher os 50 semifinalistas, que serão divulgados em agosto. Os jurados também elegem, entre si, os 14 membros dos júris das etapas subsequentes.

Na segunda etapa, o júri intermediário — formado por sete profissionais de pelo menos duas nacionalidades — será responsável por escolher os 10 finalistas entre os 50 semifinalistas. Na terceira e última etapa, o júri final — formado por outros sete profissionais de pelo menos duas nacionalidades — será encarregado da decisão dos três vencedores. Todo o processo acontece novamente por meios digitais, solução adotada a partir da edição anterior.

O valor total do prêmio desta edição soma R$ 250 mil: o livro vencedor receberá R$ 120 mil, o segundo colocado, R$ 80 mil, e o terceiro, R$ 50 mil.

Mapeamento
Resultado de uma parceria entre o Instituto Cultural Vale e o Itaú Cultural, a partir deste ano, o Oceanos realiza um mapeamento inédito das literaturas em língua portuguesa para ampliar o conhecimento da complexidade e da diversidade da produção literária dos países membros da CPLP — Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Em sua primeira etapa, 32 professores de literatura — dentre o total de 95 jurados que avaliam as obras inscritas ao prêmio Oceanos —, são responsáveis por uma cartografia da produção literária de 2020, a partir de aspectos temáticos e estéticos do conjunto das 1.835 obras inscritas no prêmio.

Na etapa seguinte, os dados obtidos serão coligidos e tratados por especialistas. O resultado será compartilhado entre atores das cadeias cultural, editorial e livreira, como institutos culturais, universidades, editoras, livreiros e órgãos oficiais dos países da CPLP.

O objetivo principal do Mapeamento das Literaturas em Língua Portuguesa é construir um acervo não só bibliográfico, mas também documental, de utilidade pública, que possa gerar conteúdo para instituições culturais, públicas e privadas, e usuários em geral.

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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