🔓 Prêmio Oceanos 2025 anuncia finalistas

Com "Ressuscitar mamutes", Silvana Tavano é a única brasileira entre os romances selecionados e concorre com nomes como Mia Couto e José Eduardo Agualusa
Silvana Tavano, autora de “Ressuscitar mamutes”. Foto: Luiza Sigulem
23/10/2025

O Prêmio Oceanos divulgou os dez finalistas de sua edição de 2025 — cinco livros de prosa e cinco de poesia — representando Angola, Brasil, Moçambique e Portugal. A seleção foi feita por júris especializados, após a leitura dos 25 semifinalistas de cada categoria, escolhidos entre um total recorde de 3.432 obras inscritas.

Entre os romances finalistas, apenas uma autora brasileira figura na lista: Silvana Tavano, com Ressuscitar mamutes (Autêntica). Na obra, Tavano constrói uma ponte entre literatura, ciência, tempo e memória ao acompanhar uma mulher que revisita o passado e reinventa o futuro ao reconstruir as lembranças da mãe — da infância aos últimos dias em uma UTI — e as raras memórias do pai. Nessa travessia, o ficcional, o científico e o ensaístico se entrelaçam em uma narrativa que percorre cenários como a ilha de Poveglia, na Itália, a Cueva de los Cristales, no México, e o Deserto do Atacama, no Chile, para questionar os limites da lembrança e da criação.

Ressuscitar mamutes é o segundo romance de Tavano, que estreou na ficção adulta com O último sábado de julho amanhece quieto (2022), finalista do Prêmio São Paulo. Autora de 45 livros infantis, ela tem obras premiadas e publicadas no Brasil e no exterior.

A disputa de prosa do Oceanos inclui ainda A cegueira do rio, de Mia Couto (Moçambique); As melhoras da morte, de Rui Cardoso Martins (Portugal); Mestre dos batuques, de José Eduardo Agualusa (Angola); e Vermelho delicado, de Teresa Veiga (Portugal).

Na categoria poesia, os finalistas são As coisas do morto, de Francisco Guita Jr. (Moçambique); Coram populo – Poesia reunida [2], de Maria do Carmo Ferreira (Brasil); Lições da miragem, de Ricardo Gil Soeiro (Portugal); Longarinas, de Ana Maria Vasconcelos (Brasil); e O pito do pango & outros poemas, de Fabiano Calixto (Brasil).

A diversidade de editoras e países reflete o caráter transnacional do prêmio, que nesta edição reúne 13 casas editoriais, algumas com publicações em mais de um país.

Os vencedores — um na categoria prosa e outro em poesia — serão anunciados em 10 de dezembro. O Prêmio Oceanos é realizado via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com patrocínio do Banco Itaú e apoio de instituições lusófonas como a Direção-Geral do Livro e das Bibliotecas de Portugal, o Itaú Cultural e a Biblioteca Nacional de Moçambique.

Mais informações estão disponíveis no site do Oceanos.

Leia Inquérito com Silvana Tavano.

Rascunho

O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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