A Fundação Biblioteca Nacional anunciou os vencedores da edição 2025 do Prêmio Literário Biblioteca Nacional, uma das mais tradicionais distinções da literatura brasileira. Na categoria Romance (Prêmio Machado de Assis), o vencedor foi Guerra — I: ofensiva paraguaia e reação aliada, de Beatriz Bracher, publicado pela Editora 34.
Primeiro volume de uma trilogia planejada pela autora, o livro parte de cartas, documentos e depoimentos reais da Guerra do Paraguai (1864–1870) para construir uma narrativa que mistura ficção e memória histórica. Bracher propõe uma leitura sensível dos testemunhos do conflito, dando voz a soldados, enfermeiras e civis e refletindo sobre a experiência humana em meio à violência da guerra.
Além do prêmio principal, a edição deste ano reconheceu autores de diferentes regiões e estilos literários. Na categoria Poesia (Prêmio Alphonsus de Guimaraens), o vencedor foi Leonardo Gandolfi, com o livro Pote de mel e outros poemas (Editora 34). O Prêmio Clarice Lispector, dedicado ao conto, foi para Iara Biderman, autora de Tantra e a arte de cortar cebolas, também publicado pela Editora 34.
Em Ensaio Literário (Prêmio Mário de Andrade), a vencedora foi Lígia Gonçalves Diniz, com O homem não existe (Zahar), enquanto o Prêmio Sérgio Buarque de Holanda, dedicado ao Ensaio Social, ficou com Marcos Queiroz, autor de Assombros da casa-grande: a constituição de 1824 e as vidas póstumas da escravidão (Fósforo).
Na categoria Histórias de Tradição Oral (Prêmio Akuli), o vencedor foi Yamaluí Kuikuro Mehinaku, com Dono das palavras (Todavia), obra que reúne narrativas de seu avô, uma importante liderança indígena do Alto Xingu.
O prêmio também contemplou outras categorias, como Tradução (Prêmio Paulo Rónai), Projeto Gráfico (Prêmio Aloísio Magalhães), Literatura Infantil (Prêmio Sylvia Orthof), Literatura Juvenil (Prêmio Glória Pondé), Ilustração (Prêmio Carybé) e Histórias em Quadrinhos (Prêmio Adolfo Aizen), completando as 12 distinções da edição.
Cada vencedor receberá R$ 30 mil. A cerimônia oficial de entrega está prevista para o fim de novembro, no Rio de Janeiro, sede da Fundação Biblioteca Nacional.
