(08/10/20)
Contrariando todas as expectativas, a norte-americana Louise Glück, de 77 anos, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2020. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (8) pela Academia Sueca, que justificou a escolha de Glück “por sua inconfundível voz poética que, com beleza austera, torna universal a existência individual”.
A obra da poeta é inédita em livro no Brasil. Em 2016, na edição 194, o Rascunho publicou uma série de poemas da americana, em tradução de André Caramuru Aubert. “Eu me tornei uma velha./ Eu dei boas-vindas à escuridão que antes costumava temer”, diz o poema A sepultura aberta.
Considerada pela crítica norte-americana uma das vozes contemporâneas mais representativas do país, Glück concebeu sua obra a partir de temas como solidão, relações familiares, divórcio e morte.
Sem ser claramente identificada com nenhum dos movimentos literários que ocuparam a cena norte-americana ao longo de sua carreira — como os Beats ou a New York School —, ela conquistou admiradores fervorosos entre os críticos e entre seus pares (Robert Hass é um deles). Recebeu vários prêmios ao longo da vida, incluindo o National Humanities Medal e o Pulitzer.
Nos dias que antecederam o anúncio do Nobel de Literatura, o Rascunho publicou uma série com autores brasileiros sobre suas apostas para o prêmio. Os autores Marcelino Freire, Adriana Lisboa, Ronaldo Bressane e Cíntia Moscovich, além do crítico literário Rodrigo Casarin, deram seus “palpites”. Entre os nomes mais citados por eles, aparecerem a canadense Margaret Atwood e o brasileiro Chico Buarque.
Nas bolsas de apostas pré-prêmio, o queniano Ngũgĩ wa Thiong’o, a inglesa Hilary Mantel e o francês Michel Houellebecq eram alguns dos favoritos.
>>> Leia poemas de Louise Glück, traduzidos por André Caramuru.