O poeta e romancista Marco Lucchesi será o novo presidente da Biblioteca Nacional do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele substitui o bolsonarista Luiz Carlos Ramiro Junior. Ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Lucchesi tem 59 anos e passava um período sabático na região italiana da Toscana.
Em seu perfil no Twitter, ele agradeceu à nova ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes, pela indicação, lembrando da relação antiga que tem com a BL. “Frequento aquela Casa, que amo, desde à adolescência. Respeito seus funcionários. Trabalharemos em conjunto.” Vários escritores e intelectuais, como o teólogo Leonardo Boff e o romancista Sérgio Rodrigues, repercutiram positivamente à notícia.
Em 2022, Lucchesi recusou uma medalha da Ordem do Mérito do Livro, concedida pela Biblioteca Nacional, pelo fato de a mesma honraria ter sido dada ao deputado federal bolsonarista Daniel Silveira, condenado por ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e depois perdoado pelo agora ex-presidente Jair Bolsonaro.
Marco Américo Lucchesi nasceu em 9 de dezembro de 1963, no Rio de Janeiro. Poeta, romancista, memorialista, ensaísta, tradutor, editor e professor de Literatura Comparada, “tem amplo conhecimento de mais de vinte idiomas”. Traduziu diversos autores, dentre os quais o escritor italiano Umberto Eco.
No ano passado, o romance O dom do crime, um de seus livros mais importantes, foi reeditado. Lançada originalmente em 2010, a obra é a primeira de uma trilogia composta ainda por O bibliotecário do imperador (2013) e Adeus, Pirandello (2021). Todos os livros são ambientados no Rio de Janeiro de séculos passados.
Localizada no Rio, a Biblioteca Nacional é a maior da América Latina. Foi fundada há mais de 200 anos e é responsável por guardar o patrimônio bibliográfico e documental do Brasil. Sua sede fica no Rio de Janeiro (RJ). Em seu acervo estão cerca de 9 milhões de itens entre livros, periódicos, partituras, discos, gravuras, CDs e manuscritos. Entre os tesouros está a primeira edição do clássico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.