Os poemas de A universidade desconhecida, em pré-venda pela Companhia das Letras, reúnem versos de todas as fases da vida do chileno Roberto Bolaño. O conjunto, traduzido para o português por Josely Vianna Baptista, foi organizado pelo próprio autor antes de sua morte precoce, em 2003, aos 50 anos.
Famoso por seus romances, com destaque para Os detetives selvagens e 2666, Bolaño foi, antes de tudo, um poeta. Não à toa, os personagens de seus calhamaços costumam praticar versos, imersos no submundo da América Latina — palco das narrativas do autor.
Em seu trabalho poético, destacam-se a melancolia, o humor soturno e vislumbres apocalípticos do futuro, sem perder de vista uma grande devoção ao poder dos versos e à potência gerada pela comunhão dos jovens em torno da literatura.
“Chegar à poesia de Roberto Bolaño é chegar a uma cidade desconhecida e reconhecê-la. Ela não só condensa e espelha muito de seus romances como parece ser o ponto onde tudo começa: laboratório de escrita no qual uma espécie de poeta despreocupado e feliz mexe com o que há de mais poético”, escreve Marília Garcia, que participa de um bate-papo do projeto Paiol Literário no dia 6 de julho, às 19h30.
Roberto Bolaño nasceu em Santiago, no Chile, em 1953. No México, onde passou a juventude, conheceu o pessoal com o qual formaria o grupo “infrarrealista” — retratado, de maneira ficcional, no romance Os detetives selvagens.
Em 1977, depois de acompanhar o golpe que depôs Salvador Allende no Chile, mudou-se para a Espanha e produziu com consistência até morrer. Chamadas telefônicas, Putas assassinas e Noturno do Chile são alguns de seus livros publicados no Brasil.